Oi
amigos, tudo bem? Estou começando, hoje, uma nova fase de postagens no Blog do
Bicho do Mato. Nesta nova fase vou postar algumas das poesias que escrevi em minha mocidade. Para identificar essas poesias, abrirei cada postagem com a
primeira estrofe deste soneto do poeta português “Manuel Maria Barbosa Du
Bocage”:
“Incultas
produções da mocidade
Exponho a vossos olhos, ó leitores:
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade,
Que elas buscam piedade, e não louvores.
Ponderai da Fortuna a variedade
Nos meus suspiros, lágrimas e amores;
Notai dos males seus a imensidade,
A curta duração de seus favores;
E se entre versos mil de sentimento
Encontrardes alguns cuja aparência
Indique festival contentamento,
Crede, ó mortais, que foram com violência
Escritos pela mão do Fingimento,
Cantados pela voz da Dependência.”
Não
espero que gostem, pois, as poesias são, ainda, mais rústicas que as que eu
tenho postado, mas, peço que leiam e comentem, pois, isso me fará feliz.
E, para começar, vou postar a primeira poesia que escrevi há dezenove anos, isso
foi em meados de 1994, eu tinha dezesseis anos. O texto, na verdade, é a letra
de uma música caipira que pode ser cantada no ritmo de “moda de viola”, é
tecnicamente muito ruim, é só para mostrar como eram meus primeiros textos. Às
vezes, na roça, trabalhando, eu criava as composições e as memorizava, só
depois as escrevia, isso me custou muitas perdas, pois, acontecia, às vezes, de
eu me distrair com outras coisas e esquecer a poesia antes de escrever, mas,
sobraram muitas e nos próximos dias, conforme dito acima, vou postá-las aqui.
Só
peço que não caçoem dos textos, levem em consideração que foram criados por um semianalfabeto,
brotaram de um solo completamente bruto e foram regados pela dor, mágoa e
desprezo...
Abraços
a todos.
CASA BRANCA DA SERRA
Na casa
branca da serra
Lugar onde
eu nasci,
Junto com
meus irmãozinhos
Foi lá
mesmo que cresci,
Com papai
e com mamãe,
Todos
gostavam de mim,
Mas, o
destino ingrato
Nessa
união pôs fim.
Há muitos
anos atrás
De lá eu
me despedi,
Minha mãe
falou chorando:
―Meu
filho não vá partir!
Eu disse
para mamãe:
―Lamento,
mas devo ir,
Aqui não
posso ficar...
(Vi seu
coração partir).
Joguei a
mala nas costas
E segui o
meu caminho
E muitas
léguas, distante,
Hoje vivo
tão sozinho,
Sem papai
e sem mamãe,
Os amigos
e os maninhos,
Vivendo
com a saudade
Neste meu
triste ranchinho.
Um filho
que sai de casa
Sorte ele
não pode ter,
Pois, ele
deixa pra trás
Um
coração a sofrer,
Da sua
velha mãezinha
Que o
ajudou a crescer,
Sozinha
triste a chorar,
Vai
sofrendo até morrer.
A mulher
que eu amava,
Por quem
meus pais eu deixei,
Mais
tarde também foi embora
E na
solidão fiquei,
Recordando
os bons momentos
Que com
meu povo passei...
À casa
branca da serra,
Um dia eu
retornarei.
Uma poesia linda e muito comovente Marcos. Um beijo.
ResponderExcluirBom dia amigo Marcos, você é um gênio, um semianalfabeto muito sábio viu? Amigo eu tenho ideia como você se sente,eu também não estudei, sou semianalfabeta inteligente que lê muito. Queria ter sua sabedoria de analfabetismo genial!
ResponderExcluirMuito linda e triste sua poesia, uma história contada em versos emocionantes na... Casa branca da serra.
Tenha uma sexta-feliz!
Bjs
MARIA MACHADO
Marco minha Ilha tremeu brancamente com estes textos que tocam a alma...Um beijo meu querido, desculpa o sumiço mas ando arrumando as malas para daqui 2 semanas sumir :D bjs no coração.
ResponderExcluirQue linda poesia!
ResponderExcluirSweet of Cherry
Olá, amigo Marcos!
ResponderExcluirMas quem pode troçar dos bons sentimentos e do arrependimento?
Uma poesia, que mostra muito bem seu percurso de vida.
PARABÉNS, PELO RETORNO À CASA BRANCA DA SERRA!
Abraço afetuoso da Luz.
Bom dia,Marcos
ResponderExcluirO seu poema é muito bonito!Relata factos da vida,com sinceridade e uma certa mágoa. Chega um momento em que,cada um,tal como os passarinhos,tem de saltar do ninho e ter a sua independência.Custa muito e os pais sofrem,se sofrem!!!
Aproveitando que estou aqui ,quero agradecer a recomendação que faz do meu blog: muito obrigada.
Saudações da
Beatriz
Saltitando pelos seguidores de blogues... cheguei aqui e não achei nenhum analfabeto. Pelo contrário: vejo um conhecedor dos assuntos da vida, bem atento.
ResponderExcluirGostei.
Vou aparecer mais vezes.
Abraço
Teresinha