“Incultas
produções da mocidade
Exponho a
vossos olhos, ó leitores:
Vede-as
com mágoa, vede-as com piedade,
Que elas
buscam piedade, e não louvores."
"Bocage"
"Bocage"
Amigo, hoje eu retornei
À casa branca da serra,
De longe já avistei
Um caboclo lavrando terra.
Chorei quando percebi
Que era meu pai, já bem velhinho,
Com sua enxada afiada
Carpindo devagarinho.
Na “arinha” do terreiro,
De longe eu já pude ver,
Uma velhinha arcada
Trabalhando sem poder.
No tanque, lavando roupas,
Era a minha velha mãezinha
Que, até hoje, ainda chora
Por causa da ausência minha.
Cada pranto que mamãe
Chorou eu também chorei,
Distante dos seus carinhos,
Quantas vezes eu pensei
De voltar pra essa casa
Pra rever minha mãezinha,
Mas, a coragem não dava,
É por isso que eu não vinha.
Não sabia se ao chegar
Iria ser bem recebido,
Por ter magoado seu peito,
Tê-lo deixado ferido,
Mas, sei que o amor de mãe
Nem o tempo o corrói,
Vim curar seu coração
Porque sei que ainda dói.
Quando cheguei ao terreiro
O meu pai veio correndo,
Jogou a enxada dum lado
E me abraçou dizendo:
―Que saudade meu filhinho!
Que bom você ter voltado!
Desde quando você foi
Sua mãe só tem chorado.
Quando olhei para mamãe
O meu rosto se orvalhou,
Quis pedir perdão a ela,
Mas, a minha voz falhou;
A coitada da velhinha
Me abraçou entristecida
E me disse, entre soluços:
―Você devolveu minha vida!
Quando encontrei meus irmãos
Quase não os conheci,
Muitos anos se passaram,
Eu também envelheci.
A saudade era demais
(Muito tempo, separados),
Nem lembraram que um dia,
Por mim, foram abandonados.
De joelhos sobre o chão
Eu contei a minha história...
As pancadas que levei,
As derrotas... as vitórias...
E eles me perdoaram
E me aceitaram de novo.
Agora vou ser feliz,
Para sempre, com meu povo.
Obs. Se você não leu o poema postado anteriormente, "CASA BRANCA DA SERRA" então leia, para entender melhor este.
ResponderExcluirMeu amigo.
ResponderExcluirDemorei para retribuir sua carinhosa visita
por não estar bem , mais hoje venho fazer uma visita pegar sua fotografia para colocar seu link no meu blog é a única form de agradecer seu carinho por mim.
Meu querido estou voltando a postar poemas de amigos certamente chegara o momento e postar sua também .
Um abraço carinhoso um abençoado final de emana , Evanir.
Querido meu, meu amigo Marcos.... li os 2 poemas, bem como o coment que deixastes a pouco no Pérolas... e olha se tua inspiração poética está descansando é um descanso não descansado :) Não sei o motivo da tua introspecção "momentânea", qual seja ela logo passará... qualquer coisa estou na minha Ilha com colo para te dá... beijos imensos no coração, luz, paz e levanta a poeira e dá a volta por cima viu?
ResponderExcluirOLÁ MARCOS
ResponderExcluirANDAS MUITO INTROSPECTIVO. SEUS POEMAS REVELAM UMA DOR QUE FAZ SANGRAR O CORAÇÃO.
UM LINDO FINAL DE SEMANA
BEIJOS E CARINHOS
GRACITA
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMARCOS PEÇO DESCULPA, REMOVI POR TER ERRO!!!
ExcluirDEIXO MEUS PARABÉNS AMIGO POR TER VOLTADO ÁS RAÍZES, POR TER ESCRITO ESTE LINDO POEMA DE AMOR!!!
1 BEIJO LÍDIA
Meu querido
ResponderExcluirO«regresso do filho pródigo» contado num poema magistral e comovente.
Muitos parabéns.
Tenha uma excelente semana.
Um abraço da
Beatriz
Olá, estimado Marcos!
ResponderExcluirTudo bem?
Confesso que não sei o significado de "Vola", que consta no título. Vou tentar pesquisar.
Pai, mãe e família, em geral, sempre perdoam nossos erros. Amei cada quadra da sua poesia, por ser tão real.
Abraços da Luz, com amizade.
Boa noite;
ResponderExcluirQue lindo poema, bem sertanejo, tão singelo e doloroso ao mesmo tempo, gostei da rima do amor de mãe nem o tempo corroi. Muito bom!
Um grande abraço!
Lindo poema
ResponderExcluirComo todos já postados.
abraços
Li os dois poemas e eles são lindos.
ResponderExcluirSweet of Cherry
Oi, estimado Marcos!
ResponderExcluirTudo bem?
Que silêncio, esse seu! Dê notícias, amigo!
Lhe desejo um bom fim de semana, sem chuva, nem interior, nem exterior.
Um abraço afetuoso da Luz.