Oi amigos do Blog do Bicho do Mato, tudo bem? Como já estava
previsto, deixarei de postar aqui por uns tempos, não estou me sentindo bem, há
inúmeras coisas me afligindo e eu terei que dar um jeito nisso. Se houver uma
única forma de me livrar dessas coisas, com certeza, eu a encontrarei, mas caso
não haja... Bom... Ocorre que não posso mais conviver com isso.
Vou passar uns tempos, afastado de tudo, inclusive do mundo
virtual. Planejo voltar a postar o mais breve possível, mas pode ser que eu
demore bastante.
Peço a todos os amigos seguidores que não parem de seguir e, se possível, de vez em quando dê uma passadinha por aqui. Quando eu retornar,
visitarei todos vocês.
Bom... Como vou ficar algum tempo afastado, deixarei um
poema, bastante extenso, para que vocês tenham algo para ler por aqui. Não deixem de ler até o final. E deixem suas críticas. Quando voltar lerei e responderei em seus blogs.
Agradeço a todos pelo carinho que recebi nesses quase 10
meses de Blog do Bicho do Mato e também deixo um grande abraço a todos. Quando eu
voltar conto com todos vocês, espero que estejam todos por aqui.
Até mais, fiquem todos com Deus.
O HOMEM
Contemplando
a singela beleza
Que
o sol nos revela ao se pôr,
Só
aumenta a minha certeza
De
que Deus criou tudo com amor.
Deus
criou a terra perfeita,
Fez
o homem do pó deste chão
E
a maior beleza que enfeita
Ele
fez da costela de Adão.
Deu
ao homem um paraíso
Para
o homem viver sossegado,
Mas
o homem criando juízo
Foi
buscar seu prazer no pecado.
O
homem sempre foi ruim
Desde
o início da criação,
A
inveja dominou Caim
E
Caim matou seu irmão.
Os
quatro cantos da terra
Se
cobriram de ganância e maldade,
O
homem promove a guerra
Se
esquecendo da fraternidade.
Daquele
paraíso de outrora
Só
resta mesmo a serpente,
Que
se arrasta pelo mundo afora,
Sempre
dando picadas na gente.
Os
grandes oprimem os pequenos,
Lhes
roubando a dignidade,
Cada
vez mais, se espalha o veneno,
Que
aos poucos destrói a verdade.
Vejo
o amor lânguido, caído,
Como
folhas no atroz outono,
Isto
deixa meu peito ferido
E
rouba minhas noites de sono.
O
homem não consegue sentir
A
dor que aflige um irmão
E
não pode tampouco ouvir
A
quem pede um pedaço de pão.
Tem
criança chorando de fome,
Inocente
pedindo clemência,
A
ganância aos poucos consome
Com
o resto da benevolência.
Onde
sempre começou a vida
(No
ventre de uma mulher)
Hoje
a morte está sendo inserida
Abortando
o filho que não quer.
A
esperança se arrasta por terra,
O
bem está bem desfalcado,
Dando
por perdida a guerra,
Seus
soldados mudaram de lado.
A
arma de quem inda luta
É
o amor, mas não tem munição,
É
cruel e injusta a disputa,
Todo
o sangue que jorra é em vão.
O
mesmo povo que escolheu errado
Há
mais de dois milênios atrás,
Ainda
quer Jesus crucificado,
Ainda
grita: ―Solte Barrabás!
A
juventude perdeu o caminho,
Se
farta com o mel do pecado,
Pisa
na flor e exalta o espinho
Conduzindo-se
ao rumo errado;
Para
a menina e para o menino
O
sexo virou lazer,
Um
sublime presente divino
Resumido
num fugaz prazer.
Menores
se prostituindo
Trocam
o corpo por entorpecentes,
É
a maldade que vai desferindo
Os
seus golpes nos adolescentes.
Os
jovens não sabem amar,
A
mulher virou objeto,
Só
se fala "pegar e ficar",
O
abstrato supera o concreto.
Tem
criança parindo criança!
É
a vida se desordenando,
É
o mundo perdendo a esperança,
É
o bem que vai se calando.
A
experiência e também a virtude,
Ambas,
perderam o reinado,
Aos
olhos dessa juventude,
Quem
pensa é "careta", é "quadrado".
Privado
da árvore da vida,
Condenado
à cruel punição,
O
homem não tem mais saída,
Seu
pecado não tem mais perdão.
Buscando
em coisas banais
A
fórmula da felicidade,
Cada
vez se aprofunda mais
Na
lama da imoralidade;
Se
acha muito inteligente,
Destruindo
o que Deus criou,
Ceifando
o amor na semente,
Matando
na cruz quem amou,
Zombando
de quem tem humildade,
Destruindo
o verde da terra...
Se
orgulha da própria maldade,
Até
brinda ao sangue da guerra.
A
semente do bem não germina
E
o mal continua a vencer,
Se
acredita em destino e sina
E
ninguém faz nada pra crescer.
A
política (arma poderosa
Para
resolver os problemas da nação)
Usada
de forma inescrupulosa
Só
alimenta a corrupção.
A
renda é mal distribuída,
O
povo está passando fome,
A
nação cada vez mais falida,
O
dinheiro parece que some.
Nas
promessas o povo se ilude
(São
as mesmas a cada eleição)
Até
o dinheiro da saúde
Eles
gastam sem explicação.
Nas
filas dos hospitais
Pessoas
morrem sem atendimento,
(Infelizmente
são fatos reais
Que
ocorrem a todo o momento).
Não
investem na educação,
Esqueceram
da nossa cultura,
Só
se fala em pagar “mensalão”,
A
roubalheira não tem mais altura.
Quando
a mídia (nossa aliada)
Mostra
o roubo ao Brasil inteiro,
Eles
julgam, mas só de fachada,
Pois,
ninguém devolve o dinheiro.
O
governo diz que não sabia
E
quem paga a conta é o povo,
Absolvem
um, o outro renuncia
E
depois candidata de novo.
Na
justiça não tem mais quem creia,
É
um monte de letras em vão.
Sendo
rico não vai pra cadeia!
Tendo
dinheiro não tem punição!
Mas,
se a fome obriga um coitado
A
andar meio fora da linha,
Ele
é preso e até torturado,
Se
for pego roubando galinha.
Discriminam
o pobre, o negro,
O
gay e a prostituta,
Sem
escola e até sem emprego
Como
podem seguir nesta luta?
O
pequeno paga a conta
De
quem não tem competência,
Enquanto
o rico apronta
O
pobre luta com decência.
Ninguém
consegue ser feliz
Com
tantos erros sobre a terra,
O
trânsito deste país
Mata
mais gente que a guerra.
Os
condutores e as condutoras
São
multados sem piedade,
Mas
ninguém impõe às montadoras
Um
limite de velocidade.
Esbanjando
tecnologia,
Fazem
carros cada vez mais velozes,
Que
entre os buracos da rodovia,
Se
transformam em armas atrozes.
São
tantos buracos na estrada
Que
nem sei com o que eu comparo...
Passa
o tempo e ninguém muda nada,
Só
o pedágio que fica mais caro.
O
homem se entrega à vaidade
Se
esquecendo do valor da vida,
Na
taça da modernidade
Pouco
a pouco a morte é servida.
Seus
alimentos são envenenados,
Se
escraviza na própria virtude,
Ingerindo
os seus enlatados
Vai
aos poucos perdendo a saúde.
Transforma
geneticamente
As
plantas e os animais,
Acredita
ser tão inteligente
Que
se esquece que somos mortais.
A
palavra de Deus é pisada
Como
um lixo da modernidade,
Para
fins lucrativos, usada,
Pondo
em risco a religiosidade.
A
igreja foi modificada,
Comercializa
a religião,
Vende
a palavra sagrada
Em
programas de televisão,
Vai
perdendo a credibilidade,
Ficando
cada vez mais vazia,
O
símbolo de luz e verdade
Hoje
é casa de idolatria.
O
dinheiro domina a terra,
Faz
a lei nos cinco continentes,
Por
petróleo o homem faz guerra,
Sem
sequer pensar nos inocentes.
Destrói
com a maior frieza,
Em
tudo quer por o nariz,
Destroçou
a nossa natureza
Esmagando
do caule à raiz,
Poluiu
a atmosfera,
Derrubou
nossa mata florida,
Com
pouco esta grande esfera
Não
será mais propícia pra vida.
A
água, símbolo da vida,
Sem
a qual não podemos viver,
A
que resta hoje é poluída
Tem
que ser tratada pra beber.
A
mata ciliar derrubada
Faz
com que a água se desapareça.
O
homem afia a espada
E
decepa a própria cabeça!
A
natureza está respondendo
Às
constantes e cruéis agressões:
Os
tufões, a terra tremendo,
Tempestades
e até furacões...
Já
está declarada a guerra
Entre
o homem e a natureza,
O
que resta em cima da terra
Vai
chegar ao fim com certeza.
Mas,
em meio tanta maldade,
Ainda
resta a suave esperança,
Quando
vejo inocência e verdade
No
sorriso de uma criança.
Vamos
agarrar neste fio
Que
une a vida ao amor,
Não
deixando que o mundo hostil
Subjuguem
e lhes tire o valor.
Embora
muito se tenha perdido
Ainda
resta pelo que lutar,
Não
podemos nos dar por vencidos,
Ainda
ouço a vida gritar.
Diante
desse sol quase posto,
Com
a certeza de mais um dia terminado,
Só
me resta uma lágrima no rosto
E
o desejo de um mundo mudado.
Só
a força de Deus é capaz
De
cobrir de verde os desertos,
Quem
um dia lutou pela paz
Morreu
com os braços abertos.
O
que posso dizer hoje em dia
Sobre
o sangue de um ser sem pecado,
Sobre
o punhal que atravessou Maria
Quando
viu Jesus crucificado,
Sobre
Judas que se vendo perdido
À
sua própria covardia se entregou,
Sobre
Pilatos que sendo coagido,
Entregou
Jesus e as mãos, lavou,
Sobre
um homem que foi condenado,
Cujo
erro que fez foi amar,
Sobre
o amor que foi ressuscitado,
Ou
sobre Tomé que não quis acreditar?
Eu
só sei que o mal foi vencido
Pelo
bem, aos pés duma cruz,
E
acredito que este mundo perdido
Ainda
vai encontrar sua luz.
Este poema faz parte do meu livro "Vaias e Aplausos".